Terça-feira, 17 de setembro de 2024
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Artigos Emirella Martin

Contra fatos não há argumentos: A insólita resistência de mulheres coronéis em instituições militares estaduais

Estamos no mês alusivo ao Dia Internacional das Mulheres, oportunidade em que é dado ênfase às lutas femininas, portanto, apropriado discorrer sobre a diversidade de gênero nas instituições militares estaduais do Brasil

9). Assim como, a própria força física é um atributo físico treinável, contribuído pelo
condicionamento, que vai muito além da força e que também deve estar em condições apropriadas à
profissão.

No ápice da pirâmide temos o posto de coronel destinado as funções de gestão das instituições,
como já mencionado. Portanto, alcançado por aqueles e aquelas que já possuem anos servidos à
segurança pública, por consequência, dispõem de vivência, conhecimento e capacidade. Sendo estes
atributos necessários para governança das corporações, estando a força física apenas como um traço
acessório. É neste contexto que, mesmo com um efetivo feminino reduzido, mulheres militares
estaduais estão prontas para o coronelato para exercício na ativa, mas são estagnadas um degrau
antes, até a transferência para reserva.

Pois bem, se a força física não é um atributo essencial para os gestores das instituições militares
estaduais, portanto, qual seria o argumento para insólita promoção de mulheres ao posto de coronel?
Doravante, que todos tem o mesmo tempo a cumprir, qual será o pretexto?

Contra fatos não há argumentos, ou seja, estamos diante de provas concretas, evidentes e
incontestáveis, impossibilitando negar a realidade, e sem espaços para argumentos baseados em
opiniões pessoais ou crenças, é fato, a equidade de gênero está muito longe das instituições
militares estaduais. E só tem um caminho para mudar este cenário, promover mulheres ao posto de
coronel, seja pela mudança na legislação, pela mudança da cultura organizacional ou por uma ação
afirmativa. Sem distinções, fazendo valer os requisitos qualitativos para posto de coronel, que
evidentemente inúmeras mulheres militares possuem.

Notoriamente, como mulher e militar estadual posso expressar com precisão o significado deste
trabalho com recorte de gênero. Jogar luz sobre estes fatos foi como retirar “violentamente” uma
mordaça que há anos silencia as mulheres militares estaduais, seguido por um forte bramido.
E agora, o que fazer com estas informações? Porque elas não são mais invisíveis, seu conhecimento
é público. A dinâmica das promoções mudará? As mulheres terão lugar de fala, sem retaliações?
Este texto despertará debates sobre o assunto?
Vejamos o que acontecerá.

Emirella Martin

Emirella Martin
Emirella Martins é Tenente Coronel da Polícia Militar de Mato Grosso, Pós-graduanda em
enfrentamento a violência doméstica e familiar contra as mulheres pela Universidade Federal de
Goiás, indicada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e Mestranda em violencia doméstica
y de género pelo Instituto Europeo Campus Stellae da Espanha.
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